Eu e a Educação Ambiental

Minha história com a educação ambiental se iniciou na época da faculdade de Biologia feita na Ulbra em 1999, quando ingressei na universidade. Logo após no meu primeiro ano de faculdade, fui convidada a fazer parte de um Núcleo de Educação Ambiental da Escola João Neves, na qual fiz o meu ensino médio e tinha bastante conhecimento do estabelecimento e dos professores envolvidos neste processo. Ali, obtive minha primeira experiência de educação ambiental, claro que meio acanhada, mas valeu para me encorajar até aqui. Depois de um tempo, a partir de 2006, iniciei uma nova caminhada junto com um grupo de canoístas que percorriam o rio Jacuí em busca de aventuras e lazer.

Foi através deste grupo de canoístas que criamos a Associação Cachoeira de Canoagem e Ecologia onde tive a oportunidade de trabalhar com o Projeto Trilhas Ecológicas que se inicia em baixo da ponte do Fandango e se estende até a Praia Nova (Prainha). Este projeto é realizado com crianças do ensino fundamental e médio de escolas municipais, estaduais e particulares é realizado na margem esquerda do rio Jacuí onde víamos muita degradação da mata ciliar, desmatamento e erosão. Escolhemos este lugar por ser um ponto turístico da nossa cidade e por muitas destas crianças não conhecerem estes dois pontos. Este projeto traz hoje mais de duas mil árvores nativas plantadas.

No ano de 2009, tivemos uma enchente que abalou toda a região ribeirinha do rio Jacuí, onde, a Associação foi chamada para ajudar à Defesa Civil, fazendo a remoção das famílias. Neste momento, pude ver e sentir a força devastadora das águas, pois ao mesmo tempo, que a imagem era desoladora, sentia a necessidade de fazer algo. Hoje,  sou uma multiplicadora de idéias, de objetivos, de ideais... sou uma educadora ambiental. Estou, além deste curso de aperfeiçoamento pela UFPEL, fazendo uma especialização também em Educação Ambiental pela UFSM-EAD- Pólo de Agudo e sou Presidente do COMDEMA- Conselho Municipal do Meio Ambiente aqui de Cachoeira do Sul. Posso perceber que a educação ambiental está sendo inserida desde cedo na escola, já nas séries iniciais, o que me deixa muito satisfeita, pois, é desde pequeno que a personalidade está sendo lapidada. O mundo vive hoje uma crise ambiental, mais no seu âmbito jurídico do que o social, pois é graças as ONGs, Associações, etc, que esta idéia esta sendo multiplicada e a intenção de sermos sustentáveis e capazes de mudar, está fazendo parte do nosso dia-a-dia.

“ Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não haveria pobreza no mundo e ninguém morreria de fome”.

(Mahatma Gandhi)

Preservar... uma tarefa que começa em nós mesmos...

Preservar o meio ambiente não se limita somente em: não cortar árvores, em não jogar o papel de bala no chão, em não jogar o toco de cigarro pela janela do carro, em levar para o mercado a sua ecobag (sacola ecológica), em tomar o cafezinho na xícara ao invés de tomar o café no copo plástico (que aproveito o gancho pra dizer, que é mais econômico tomar o cafezinho no copo plástico, pois a xícara temos que lavar... e aí precisamos de água, sabão...). É necessário nos auto-questionar, o que estamos fazendo é suficiente para salvarmos o planeta, esta "casa linda" que dividimos com tantos? As vezes me pego pensando, será que faço o suficiente? será que não tenho que gritar mais: PAREM DE POLUIR, PLANTEM ÁRVORES!!!... devo sim! e seguirei gritando aos 4 cantos do mundo, porque hoje sei a minha verdadeira missão... sou uma multiplicadora de idéias, de objetivos e, com certeza o cara lá em cima está do meu lado e, tenho muita gente boa, com o mesmo ideal do meu lado!

Por isso eu digo, PRESERVAR se inicia dentro de nós, e se temos que começar, que seja agora!!

( Jasmim)

(Junior, Eu e minha amada Duda)

Educação como Cultura

Segundo Carlos Rodrigues Brandão em seu Livro: Educação como Cultura nos revela o seguinte trecho: " Tal como os outros seres vivos com quem compartimos a mesma casa, o planeta Terra, fomos criados com as mesmas partículas ínfimas e com as mesmas combinações de matérias e energias que movem a Vida e os astros do universo. Algo do que há nas estrelas pulsa também em nós. Algo que, como o vento, sustenta o voô dos pássaros, em outra dimensão da existência impele o voô de nossas idéias, isto é, de nossos afetos tornados os nossos pensamentos.

Não somos intrusos no Mundo ou uma fração da Natureza rebelde a ela. Somos a própria, múltipla e infinita experiência do mundo natural realizada como uma forma especial da Vida: a vida humana (2002,p.17)"

APPs E RESERVA LEGAL

APPs - Área de Preservação Permanente

APPs: são áreas que não podem ser utilizadas para qualquer finalidade. O agricultor é proprietário, mas não pode plantar, nem sequer construir nessa área, deixando assim ela intacta.

São consideradas APPs as florestas e demais formas de vegetação natural situadas (artigo 2° do Código Florestal):

a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja: 1) de 30 metros para os cursos d'água de menos de 10 metros de largura; 2) de 50 metros para os cursos d'água que tenham de 10 a 50 metros de largura; 3) de 100 metros para os cursos d'água que tenham de 50 a 200 metros de largura; 4) de 200 metros para os cursos d'água que tenham de 200 a 600 metros de largura; 5) de 500 metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 metros.

b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais;

c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados " olhos d'água ", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 metros de largura;

d) no topo de morros, montes, montanhas ou serras;

e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive;

f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadores de mangue;

g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 metros em projeções horizontais;

h) em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja a vegetação.

No caso das áreas urbanas, se aplica o plano diretor ( previsto em lei municipal).

O resultado disso, é que o agricultor não pode derrubar uma árvore nativa sem a autorização do órgão ambiental.

RESERVA FLORESTAL LEGAL

Esta, também é prevista no Código Florestal, e é constituída de uma área percentual da propriedade, que servirá para preservar o ecossistema (espécie existentes no local). A região Sul é de 20% da área total.

Não pode ser computada na reserva legal área que é de preservação permanente. Assim, além da APP (morro ou margem de rio), o agricultor não pode usar de 20% de sua propriedade. No caso da pequena propriedade (até 30 ha), pode ser computada como reserva legal plantação de árvores frutíferas, exóticas e ornamentais, desde que consorciadas com nativas.

ÁRVORES IMUNES AO CORTE

Enquanto, que para o corte da maioria das espécies é necessária autorização do DEFAP, algumas árvores (ameaçadas de extinção) somente podem ser derrubadas em casos extremos - são as árvores imunes ao corte. Alguns exemplos são: a figueira (foto), a corticeira e exemplares de algarrobos e inhanduvas.

  

Momento de Reflexão

Rousseau é o pensador do século XVIII que, marcado pela valorização da natureza e do homem natural, realizou de modo singular a conexão entre as novas sensibilidades e a esfera pedagógica.

A visão da natureza como ideal de perfeição, degenerado pela ação humana exercida contra a ordem natural, este abre seu tratado pedagógico escrito em 1762, denominado Emílio: Tudo é certo em saindo das mãos do Autor das coisas, tudo degenera nas mãos do homem. Ele obriga uma terra a nutrir as produções de outra; uma árvore a dar frutos de outra; mistura e confunde os climas, as estações; mutila seu cão, seu cavalo, seu escravo; transtorna tudo, desfigura tudo; ama a desconformidade, os monstros; não quer nada com a natureza, nem mesmo o homem. Tem de ensiná-lo para si, como um cavalo de picadeiro, tem que moldá-lo a seu jeito como uma árvore de seu jardim.(1995,p.9).

Para refletirmos...

" Quando sonhamos que sonhamos estamos perto do despertar"

(Otávio Paz)

LIXO - Um Problema Mundial - Um dever de todos nós...

A POLUIÇÃO DOS LIXÕES - O ambiente e as pessoas

Para se ter uma idéia do problema, cada pessoa gra durante sua vida uma média de 25 toneladas de lixo. Todos nós, achamos que: basta colocar as sacolinhas de lixo na frente de casa e/ou na lixeira e o problema está resolvido... mas aí é que todos se enganam, o problema está é começando, pois todo o lixo gerado na cidade necessita de uma destinação final adequada.

Dados do IBGE de 2000 mostram que cerca de 59% dos quase 150.000 toneladas de lixo coletado no Brasil todos os dias são depositados em lixões a céu aberto, gerando em decorrência da decomposição um líquido chamado de "chorume", que este ao penetrar no solo, contamina as águas subterrâneas e os rios; fora os gases produzidos com o tempo que provocam explosões com fogo e fazem vítimas e em muitos casos fatais.

Outro fator, é o mau cheiro que é sentido de longe e os restos de alimentos no lixo também atraem ratos, moscas, baratas, urubus ( que são vetores de zoonoses), gente... gente pobre, que encontraram ali a única maneira de sobreviver e criar seus filhos.

O LIXO E O DESPERDÍCIO

Somos, invadidos a todo momento pelo desejo de consumir mais e mais... os supérfluos foram transformados em necessidades pela mídia e que, rapidamente viram lixo. As embalagens, inicialmente destinadas a proteção dos produtos, adquiriram um novo papel ao estimularem o consumo (a embalagem," valoriza" o produto), e os descartáveis ocupam o lugar dos bens duráveis e retornáveis. O resultado desta equação, é um mundo com menos recursos naturais e com mais lixo, que, além da quantidade, aumenta em variedade, contendo materiais cada vez mais estranhos ao ambiente natural.

O conceito de pessoa, confunde-se com o de consumidor que, a cada momento, se vê diante de novas necessidades de consumo, num movimento crescente de desperdício de matéria-prima e de energia, além do aumento da geração e descarte de resíduos.

Assim, é de suma importância os programas de redução de lixo, devendo ter uma caráter cultural, investindo nas mudanças de hábitos e de consumo da população. 

ENERGIAS ALTERNATIVAS

Cerca de 87% de toda a energia usada no mundo provém de fontes não renováveis e altamente poluentes, como petróleo e carvão mineral. Uma das alternativas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa é a adoção de fontes de energia renovável.

No Brasil, quase metade da energia utilizada é proveniente de recursos renováveis. Entre as principais energias alternativas destacam-se a eólica ( produzida pelos ventos) a solar (proveniente do sol) e a biomassa ( feita com matéria orgânica).

O homem e o Meio Ambiente

Hoje, o homem ocupa habitats variados; Tanto a natureza quanto a sociedade são dinâmicas, pois estão sempre em constante transformações. Mas, desde que o homem iniciou sua caminhada pelo planeta, a degradação ambiental vem aumentando em consequências, dentre os seus fatores, cito o comportamento predatório e seu modelo de desenvolvimento.

Até o meio século passado, existia uma concepção naturalista a respeito do meio ambiente, onde se imaginava que a única forma de proteger a natureza era afastando-a do homem; mas, nas ultimas décadas, vemos que as quest~]oes ambientais tem assumido uma importância crescente e que, a relação com o meio ambiente e a sociedade, como um todo, estabelece de forma direta uma preocupação cada vez maior sobre este assunto. 

Devemos é ter consciência do que fazemos e qual a nossa missão nesta casa que pertence a todos... o planeta terra!

Desenvolvimento Sustentável

Desenvolvimento Sustentável, é definido "como aquele capaz de satisfazer as necessidades da geração atual ( no sentido amplo), sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas necessidades. A sustentabilidade inclui, assim as seguintes dimensões: 

*Ecológica;
*Ambiental;
*Demográfica;
*Cultural;
*Social;
*Política;
*Institucional.


A grande questão que se coloca hoje é: será possível a sustentação desta sociedade por muito tempo? Como podemos ajudar a restabelecer o equilíbrio ambiental do nosso planeta? 
O desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento economicamente viável, ambientalmente adequado e socialmente justo para toda a humanidade. Para isso acontecer devemos ter em mente que tudo depende de um planejamento em longo prazo e de reconhecimento de que recursos naturais da Terra são finitos e de todos nós. Não devemos ter em mente que devemos interromper o crescimento, mas sim eleger um caminho, um norte que garanta o desenvolvimento integrado e participativo considerando a valorização e o uso racional dos recursos naturais.